segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Os 96 anos de GONZAGÃO

Pouquissimas pessoas irão lembrar que o dia 13/12 é uma data muito significativa para a cultura de nosso estado.

Foi nesse dia - 13/12/1912 - em EXÚ (interior pernambucano), que nasceu LUIZ GONZAGA DO NASCIMENTO.
LUIZ, por ser dia de santa Luzia; GONZAGA, por sugestão do padre e NASCIMENTO, por ter nascido em dezembro, também época do nascimento de Jesus Cristo.

Em 1929, depois de levar uma surra de seus pais, foge de casa, a pé, até o Crato. De lá, segue até Fortaleza, onde alista-se no exército brasileiro depois de mentir sobre sua idade.
O apelido "LUA" ele ganha em 1941, colocado por Dino - violonista de sete cordas - que conheceu na rádio clube do Brasil, quando foi apresentado ao apresentador do programa "ALMA DO SERTÃO", o radialista CESAR DE ALENCAR.

Foi no ano de 1950 que LUIZ GONZAGA recebeu o titulo de REI DO BAIÃO, após um show em São Paulo.
Nesse mesmo ano - 1950 - Gonzaga perde a sua mãe, Santana.

No dia 11 de junho de 1978, Gonzaga perde o pai, JANUÁRIO.

No ano de 1989, Gonzaga sobe em um palco pela última vez, foi no dia 06 de junho, no palco do teatro guararapes, centro de convenções em Pernambuco. Estava amparado por uma cadeira de rodas - em virtude da doença já em estado avançado. Apesar disto, levantou-se da cadeira - contrariando ordens médicas - e fez um breve discurso louvando o forró e ressaltando que: "QUERO SER LEMBRADO COMO O SANFONEIRO QUE AMOU E CANTOU MUITO O SEU POVO, O SERTÃO, QUE CANTOU AS AVES, OS ANIMAIS, OS PADRES, OS CANGACEIROS, OS RETIRANTES, OS VALENTES, OS COVARDES, O AMOR...".

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A Valorização da Cultura

Uma grande mostra da valorização de nossa cultura, aconteceu no dia 03/11/2008, no auditóro da Livraria Cultura, no Paço Alfândega.
O lançamento do livro "MESTRE JOÃO SILVA - PRA NÃO MORRER DE TRISTEZA (O MAIOR PARCEIRO DE LUIZ GONZAGA), do escritor José Maria Almeida Marques. Estavam presentes no lançamento grandes nomes representativos de nossa cultura. Entre eles podemos citar: Xico Bizerra (grande poeta e compositor), Ivan Ferraz, Ronaldo Aboiador, Paulo Vanderley (grande conhecedor da obra de Gonzaga), Josildo Sá, Nadia Maia, Júnior do bode (poeta da nova geração), Joselito Nunes (ilustre poeta), entre outros. Podemos também, citar nomes como, José Paulo Cavalcanti (grande advogado).
São eventos desse porte e com presença de pessoas tão significativas que me fazem acreditar que cada vez mais a nossa cultura está sendo recolocada no seu devido lugar. Lugar, que aliás, nunca deveria ter saido.
São eventos desta natureza que me dão força para nunca desistir de minhas idéias e projetos, acreditando que teremos sempre um público fiel e de qualidade.
São eventos desta natureza que me fazem acreditar que, bandas como: SAIA RODADA, AVIÕES DO FORRÓ (que de forró não tem nada - segundo meu amigo XICO BIZERRA issó é a chamada PORNÔ SEX MUSIC), CALYPSO (Argh!!!), entre outras e sucessos como: SENTA QUE É DE MENTA e CHUPA QUE É DE UVA, estão com os seus dias contados.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

O TRIO DE PÉ DE SERRA CONTRA O FORRÓ ELETRÔNICO

A peleja da sanfona, zabumba e triângulo, representantes da música regional autêntica, contra a vulgaridade e o frenesi histérico das 'bandas' eletrônicas
José Nêumanne

O paraibano Antônio Barros é um ídolo da música regional junina no Nordeste: compôs mais de 600 canções, muitas das quais foram sucessos absolutos de intérpretes como Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, Jackson do Pandeiro, Trio Nordestino, Três do Nordeste e Ney Matogrosso (Homem com Agá). Mas isso não evitou que protagonizasse um episódio no mínimo contraditório para um artista de sua importância: foi contratado para abrir o show cuja atração principal era a banda Cascavel, da qual ele, sua parceira e mulher Cecéu e a filha dos dois, a cantora Maíra, nunca ouviram falar. No entanto, a cidade de Aroeiras, no interior da Paraíba, estava em polvorosa com a chegada da banda e ele recebeu o cachê e instruções rigorosas para deixar o palco assim que a banda chegasse. Ao fazê-lo, testemunhou o frenesi histérico com que a atração principal da noite foi recebida por seu público. O fato marcante registrou a transição do forró de pé de serra, cultuado por ele e outros grandes artistas, como Santanna Cantador, Flávio José, Nando Cordel, Dominguinhos e outros, para o forró eletrônico, produzido no Ceará.Capitaneadas por um empresário pra lá de bem-sucedido residente em Fortaleza, bandas com instrumentos eletrificados e nomes semelhantes, formadas por instrumentistas anônimos, todos funcionários do mesmo patrão, dominam a programação musical das emissoras de rádio e televisão e reinam absolutas nos palcos do interior do Nordeste nas festas juninas. Manoel Gurgel, o imperador do forró cearense, se dá ao luxo de propor parcerias aos grandes compositores regionais, numa tentativa de cooptá-los, da mesma forma como faz com programadores de emissoras de AM e FM em praticamente todas as cidades dos nove Estados nordestinos. Mas pelo menos nisso ele ainda não obteve êxito.Ao contrário, os representantes da música regional junina autêntica no Nordeste começam a reagir contra a invasão do forró eletrônico. E acabam de encontrar um aliado absolutamente inesperado... na Suíça. Tudo começou em Patos, no sertão e no meio do mapa da Paraíba, cidade onde se diz que se pode fritar ovos no cimento da calçada, tão quente se faz presente o sol por lá. Pierre Landot, herdeiro de um grupo multinacional de indústrias farmacêuticas, se instalou em sua zona rural, onde estabeleceu uma fazenda para criar bovinos, ovinos e caprinos. Com os peões instalados em sua propriedade, ele aprendeu a amar os trios de forró de pé de serra formados por sanfona, zabumba e triângulo. E os apresentou a seu amigo cineasta Bernard-Roberto Charrue, que acaba de produzir o longa metragem Paraíba, Meu Amor, cujo título foi inspirado na canção homônima de Chico César, nascido um pouco além de Patos, em Catolé do Rocha, nas proximidades de Brejo do Cruz, berço de Zé Ramalho.O cineasta suíço registrou em imagens coloridas o inesperado encontro do acordeonista de jazz francês Richard Galliano, elevado ao panteão dos maiores instrumentistas da Europa, com o sanfoneiro pernambucano Dominguinhos, herdeiro reconhecido pelo Rei do Baião e herói do europeu. O duelo entre o jazzista e o forrozeiro se deu no palco principal do lugar onde se realiza o que se chama 'o maior São João do Mundo': o Parque do Povo, em Campina Grande. O francês também acompanhou Chico César na canção-título e contracenou com dois sanfoneiros paraibanos, Pinto do Acordeon, que mora em João Pessoa, e Aleijadinho de Pombal, cidade que fica entre Patos e Catolé do Rocha.Concluído o preito cinematográfico ao forró autêntico, em plena temporada de resistência contra o forró eletrônico de Manoel Gurgel, o resultado foi apresentado em Karlsruhe, na Alemanha. E com tal êxito que está sendo prevista ainda este ano uma 'noite do forró', no Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, com os protagonistas do documentário. Um dia depois de o filme ter sido lançado no Cine Bangüê, no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa, todos estes artistas populares se reuniram com mais 50 forrozeiros na estréia do filme no auditório da Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep), em Campina Grande. Para lá acorreram Flávio José, apontado por Dominguinhos como seu herdeiro; o patriarca Antônio Barros com suas Cecéu e Maíra; Santanna Cantador, natural de Juazeiro de Padre Cícero e com um timbre muito semelhante ao de Gonzaga; e outros astros do forró de pé de serra, para os quais a vulgaridade do duplo sentido pornográfico das 'bandas' eletrônicas (como a Calcinha Preta) não é somente uma questão de decência, mas de sobrevivência.O filme de Charrue não tem a qualidade do documentário de Wim Wenders sobre o resgate da música tradicional cubana graças ao espetáculo produzido pelo guitarrista americano Ry Cooder, Buena Vista Social Club. Mas pode ser que ele venha a se tornar no ponto de partida para o resgate da mesma autenticidade que o autor da trilha sonora de Paris, Texas evitou que se perdesse no Caribe, impedindo que o forró de pé de serra seja sepultado no sertão pelo comercialismo urbano das bandas de Manoel Gurgel.
José Nêumanne, jornalista e escritor, é editorialista do Jornal da Tarde

sábado, 19 de abril de 2008

POETAS NORDESTINOS

Hoje vou escrever sobre o poeta FRANCISCO JOSÉ BIZERRA DE CARVALHO - mais conhecido como XICO BIZERRA.

"Desembuchei no mundo numa cidade cearense chamada Crato, nos calcanhares da Serra do Araripe, avizinhada, parede-e-meia, com o Pernambuco." Assim descreve-se o poeta XICO BIZERRA, um dos maiores poetas e compositores deste nordeste tão lindo.


XICO BIZERRA já contabiliza cerca de 200 canções - entre elas " SE TU QUISER", GRAVADA MAIS DE 50 VEZES - gravadas por interpretes do quilate de petrúcio Amorim; Santanna - o Cantador; Dominguinhos; Flávio José; Maciel Melo Marines; entre outros.

Em 1999, Xico inicia uma coletânea, intitulada FORROBOXOTE. Entre eles, alguns temáticos como o FORROBOXOTE 3 (Mulheres cantadeiras de uma nação chamada Nordeste); FORROBOXOTE 4 (Cantadores da nação de seu Luiz); FORROBOXOTE 7 (Ser tão Criança).

  • FORROBOXOTE 1:


  • FORROBOXOTE 2:


  • FORROBOXOTE 3: Gravado só por mulheres, uma forma de homenagear a mulher nordestina e cantadeira.


  • FORROBOXOTE 4:


  • FORROBOXOTE 5:


  • FORROBOXOTE 6:


  • FORROBOXOTE 7: Um cd feito para a divulgação do nosso ritmo nas escolas das redes municipais, estaduais e nas particulares. Músicas infantis no ritmo do baião, xaxado, forró.
CONSIDERO UM ESTELIONATO CULTURAL E UMA APROPRIAÇÃO INDÉBITA A UTILIZAÇÃO DO TERMO FORRÓ POR ESSAS BANDAS DE LAMBADA QUE POR AÍ ESTÃO. ACHO QUE O MINISTÉRIO PUBLICO E O PODER CONSTITUÍDO SÃO OMISSOS EM PERMITIR A DIVULGAÇÃO PÚBLICA – EM SHOWS, RÁDIOS E TVS, DAS LETRAS INCITANDO O SEXO, A PORNOGRAFIA, O VÍCIO. A PORNÔ-SEX-MUSIC É UM ATENTADO AO PUDOR E AOS BONS COSTUMES.”


XICO BIZERRA - POETA E COMPOSITOR

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Parabéns...

...apesar da insignificante colocação (10º lugar) e do desfile fraquíssimo da mangueira no carnaval carioca 2008, quero deixar aqui o meu parabéns a ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA.

Já que alguns pernambucanos não valorizam a nossa cultura e ainda a desprezam, foi necessário que uma escola de samba carioca o fizesse para que despertasse o sentimento regionalista dessas mesmas pessoas.
Na minha modesta opinião, acho que prefeitura teria sim, que investir no desfile, mas, colocar algumas exigências para investir tal valor (R$ 3.000.000,00 – Três milhões de reais), como por exemplo, dar mais destaque ao carro que fazia alusão ao CLUBE DE MASCARAS GALO DA MADRUGADA – totalmente apagado e sem o devido destaque que deveria ter, já que é um dos símbolos do carnaval de Pernambuco, além de que, ele (o galo da madrugada), foi citado no samba enredo.



Quero também, parabenizar a MANCHA VERDE, pela homenagem mais que merecida ao professor ARIANO SUASSUNA, este que é sem sombra de duvidas, um dos maiores escritores do Brasil. Pernambuco, mais uma vez, fica devendo uma homenagem digna a uma das pessoas que mais defendem o nosso estado onde quer que vá.
SALVE ARIANO SUASSUNA